quarta-feira, 18 de julho de 2012
A menstruação e nossa cultura - uma visão científica e humana...
Uma visão pessimista culturalmente reforçada
"Ao londo da história americana, se podem documentar alguns casos em que sociólogos foram recrutados para provar que as mulheres são menos eficientes em seu local de trabalho quando estão menstruadas.
Esses estudos tendem a surgir em determinados momentos da história, em que há grande preocupação pelo incremento do papel das mulheres na vida pública. Por exemplo: no início, quando as mulheres estavam lutando para ter acesso à educação superior e pelo direito a frequentar a universidade, uma série de estudos assinalava que a menstruação as tornava estudantes piores, e que haviam indícios de que não seriam capazes de manejar os rigores da vida intelectual, por causa de seus periodos.
Então, um pouco mais tarde, durante a segunda guerra mundial, o governo americano necessitavaincorporar as mulheres ao trabalho. Nesse momento, apareceram os estudos que indicavam que as mulheres eram trabalhadoras muito capacitadas, apesar da menstruação. Após a guerra, quando o governo queria que as mulheres voltassem aos lares para criar seus filhos, e devolvessem os trabalhos aos homens, surgiram uma infinidade de novos estudos que apontavam que a menstruação tornava a mulher incapacitada para o trabalho, e que seu lugar era em casa, cuidando do marido e dos filhos.
Quando olhamos deste ponto de vista, não cabe dúvida de que há razões políticas para que a menstruação seja analizada, questionada e exposta dessa maneira ante a opinião pública."
Karen Houppert, jornalista e autora
Uma alienação coletiva
"Se algumas coisas são sagradas, se devem haver regras nesta vida, sempre me pareceu que o lugar por onde se deve começar é pelo corpo.
Se o corpo não é sagrado, então pode esquecer o resto: já não haveria nenhum tipo de cultura!
Então a mesma potência do sangue feminino que em outros tempos servia para conectar a mulher com o sagrado é, hoje, a fonte de seu isolamento e da perda do seu poder.
Manter as mulheres alheias à compreensão da força da menstruação, e do poder de fraternidade que ser mulher pode conferir é a maior, mais profunda e mais arraigada forma de impedir as mulheres de serem conscientes de seu próprio poder. E está vinculado com todo o resto, com o que nos mantém afastados de nosso potencial como seres humanos."
Chris Knight, Catedratico de Antropologia, universidade de East London
Inovações ?
Nos anos 70, com o movimento feminista, surgiu uma forte tendência adesbiologizar o corpo femino. A posição da mulher na sociedade até então era reforçada por uma crença essencial de que cuidar da família e dos filhos fazia parte de sua condição biológica natural. O movimento feminista, em contrapartida, pregava que "a biologia não é um destino".
A pílula anticoncepcional surgiu então como a pílula da emancipação feminina de sua condição biológica primordial, e como solução para "ajustar" o corpo feminino a um funcionamento "racional" e a um mundo de trabalho adaptado exclusivamente à necessidades masculinas.
Hoje, já é possível "reprogramar" o corpo feminino para nunca menstruar, equiparando assim quase completamente o corpo feminino ao masculino. Quem nos apresenta esta inovação no documentário é o Dr Elismar Coutinho, catedrático da Universidade Federal da Bahia, que considera a menstruação uma "hemorragia desnecessária", um aborto de um óvulo, uma "coisa do demônio", e desenvolveu um implante que promete cortar a menstruação de vez, por até um ano.
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Escravos da medicação
"Como a ciência controla a dor da menstruação? Pois com analgésicos. Como trata um ciclo irrregular? Com anticoncepcional; assim ele dura 28 dias. Trata-se de uma falsa menstruação, uma menstruação de mentira, fictícia, mas se você quer que ela venha a cada 28 dias, por que você gosta que seja assim, pois basta tomar a pílula que será a cada 28 dias.
Se você está saudável e está bem, porque transformar isso em outra coisa, de forma artificial, se submetendo a umtratamento hormonal que pode, sim, vir a dar problemasrealmente? "
Victoria Agudo, Ginecóloga
Uma Indústria reforçadora
Alguns números:
• A industria da higiene feminina cresce cerca de 2.000 milhões por ano.
• Uma mulher usa em média 10.000 absorventes ao longo de sua vida.
• A cada dia são jogados no lixo cerca de 3 milhões de absorventes, que terminam nos rios e oceanos.
Fatos: O absorvente é prejudicial para a saúde, pois, além de absorver o sangue, absorve todos os fluidos da região, alterando o equilíbrio natural da vagina, e tornando as mulheres mais sucetíveis a qualquer tipo de infecção, inclisive a cândidíase. O absovente retém o fluxo, o que não é bom. Deve-se deixar o sangue fluir. O coletor menstrual, ou Moon Cup, é uma alternativa ecosustentável ao absorvente.
Fonte: adeledoua.blogspot.com
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